SALMO 39 (38)
O que posso esperar?
1 Do mestre de canto. De Iditun. Salmo. De Davi.
2 Eu disse: Vou vigiar a minha conduta, para não pecar com a língua;
vou tapar com mordaça a minha boca, quando o injusto estiver presente.
3 Eu me calei, em silêncio. Segurei-me para não falar,
e minha dor tornou-se intolerável.
4 Por dentro, o coração me queimava.
Ao pensar nisso, o fogo se inflamava. Então soltei a minha língua.
5 Mostra-me o meu fim, Javé, e qual é a medida dos meus dias, para eu saber o quanto sou frágil.
6 Olha: os dias que me deste são um palmo apenas, e a minha duração é um nada diante de ti.
Sim, todo homem não passa de um vazio, todo homem é apenas aparência.
7 O homem vai e vem como sombra, e labuta por um nada:
amontoa, e não sabe quem vai recolher.
8 E agora, Senhor, o que posso esperar? Em ti se encontra a minha esperança.
9 Livra-me de minhas transgressões todas, não me deixes como ultraje para o insensato!
10 Eu me calo e não abro a boca, pois quem vai agir és tu!
11 Afasta de mim a tua praga, pois eu sucumbo ao ataque da tua mão!
12 Castigando o erro, tu educas o homem,
e como traça tu róis os tesouros dele. Os homens todos são apenas um sopro!
13 Javé, ouve a minha prece! Dá ouvido aos meus gritos! Não fiques surdo ao meu pranto:
porque sou hóspede junto a ti, inquilino como os meus antepassados.
14 Afasta de mim o teu olhar, e deixa-me respirar!
Antes que eu me vá, e já não exista mais!
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